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Vídeo: O sentinela do Jornal de Pomerode

Cachorro tem a habilidade de “avisar” a equipe do JP quando os bombeiros estão se deslocando para alguma ocorrência.

4 de abril de 2021

É inegável que os cachorros são grandes companheiros e nos defendem dos “inimigos”. Inclusive, algumas raças desenvolvem habilidades que transcendem essas características. É o caso do Brawn, um simpático vira-lata – ou SRD (Sem Raça Definida) para os mais conservadores -, vizinho da sede do Jornal de Pomerode. Devido a uma aptidão especial, ele pode ser considerado uma espécie de sentinela do JP.

Isso porque, toda a vez que a viatura do Corpo de Bombeiros Voluntários de Pomerode passa próximo à sua casa, com a sirene aberta, ele começa a uivar. Muitas vezes, a nossa equipe não consegue identificar o som, portanto, quando o Brawn uiva, em direção à Rua Hermann Weege, é grande a chance da guarnição estar se deslocando para alguma ocorrência.

O cão tem sete anos de idade e pertence ao casal Márcio Rodrigues Rudell e Patrícia Dannehl. Eles adotaram o Brawn quando ele tinha apenas três meses de idade. “A cachorrinha da minha sogra teve filhotes e vimos que precisavam ser adotados, por serem muitos. E como temos espaço aqui em casa, resolvemos ficar com ele”, diz Patrícia.

 

Brawn tem sete anos e é vizinho do JP desde os três meses de idade  |  Foto: Bob Gonçalves / Jornal de Pomerode


 

No entanto, esta “habilidade” de uivar para a sirene começou a se desenvolver de uns quatro anos para cá. “O interessante é que ele se manifesta somente para o caminhão dos Bombeiros. Quando o Samu passa, ele nem dá bola”, comenta, aos risos. “Só que ele também uiva quando nosso vizinho liga o aspirador. Para o nosso, nada”, completa.

E essa situação independe de horário. “Mesmo de madrugada, quando ele escuta, começa a uivar. Muitas vezes, nem escutamos os bombeiros, mas sabemos que são eles porque o Brawn nos avisa. Chegamos a acordar por causa disso. Se algum vizinho já se sentiu incomodado, pedimos desculpas”, finaliza Patrícia.

 

Natureza dos cães

De acordo com a veterinária Roberta Anastácio, algumas espécies de animais têm o sentido da audição bastante apurado. E isso depende de propriedades de algumas células, que traduzem o som em potencial de ação. “As ondas sonoras são vibrações de moléculas no meio ambiente externo, caracterizadas por fases alternadas de compressão e rarefação, que são o aumento e diminuição da pressão. Então, o som é uma sensação produzida quando essas alterações de pressão atingem a membrana timpânica. O conjunto dessas alterações de pressão sobre a membrana timpânica, por unidade de tempo, é chamada de onda. E a intensidade do som está relacionada com a frequência dessas ondas”.

 

Assim que ouve a sirene dos bombeiros, o cão se desloca para os fundos da propriedade  |  Foto: Bob Gonçalves / Jornal de Pomerode


 

A profissional explica que o ser humano ouve frequências entre 16 e 20.000 HZ. “Já os cães, conseguem identificar sons entre 10 e 40.000 HZ, ou seja, muito mais apurado e sensível. Por estes fatores, o Brawn escuta a sirene antes de vocês e o uivo, é um comportamento comunicativo. Ao perceber esta frequência, ele acha que é outro cão em um comportamento imitativo. E neste caso muito especial, acaba ajudando a equipe do Jornal de Pomerode a identificar se algo está acontecendo na cidade”, completa Roberta.

 

Confira o vídeo:

Imagens: Raphael Carrasco / Bob Gonçalves  |  Edição: Jonatan Glatz


 

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