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Uma amizade que vale muito a pena

Pomerodense tem galinha como animal de estimação e conta como a companheira já faz parte da família

8 de maio de 2021

O vínculo dos animais com os seres humanos é um dos mais puros que existem e, com certeza, todo mundo conhece alguém que tem um cachorro, um gato, um passarinho ou seja qual for o bicho de estimação, e tem nele o seu melhor amigo. E é assim que começa a história de Letícia Alana Goede com a Judith, galinha de estimação que é praticamente um membro da família.

“Eu sempre gostei dos galos e galinhas, na verdade. Quando construímos a casa aqui, meu pai colocou umas galinhas lá embaixo, no galinheiro, e uma destas galinhas, que era a Pitucha, foi a minha primeira galinha. Trouxemos ela aqui para a casa, porque ela foi machucada no galinheiro e a Pitucha ficou lá no canil por um tempo. Cuidamos dela e depois soltamos a Pitucha aqui no pátio e ela foi ficando. Ela viveu cerca de cinco anos e depois ficou muito doente, então tivemos que sacrificá-la, para que não sofresse mais. Depois disso, ficamos vários anos sem termos galinhas aqui na área da casa”, conta a profissional de educação física.

A família, então, manteve apenas as galinhas na criação e, no ano passado, no mês de abril, uma das galinhas chocou e teve cinco pintinhos. Como eles não poderiam ficar no galinheiro, devido aos ratos, a família trouxe os pintinhos e a galinha (Floquinho), para a área da casa e, entre eles, veio o novo xodó da família, um galo chamado Tóquio. Os demais pintinhos também receberam nomes inspirados na série La Casa de Papel (Marcele, Berlim, Bogotá e Professor).

 

Antes de Judith, Letícia teve um galo de estimação, Tóquio, que também era muito amado na família. (Foto: Arquivo pessoal)

 

Porém, a história do Tóquio, infelizmente, não teve um final feliz, pois ele acabou voando para dentro do canil da propriedade. Letícia comenta que todos da família sentiram muito a perda de Tóquio e que foi um momento muito triste. Depois de cerca de três meses, a família decidiu que teria de novo uma galinha de estimação, que hoje é a Judith.

“Procuramos em algumas agropecuárias, mas não achamos. Até que lembramos de um galinheiro no Ribeirão Areia, que conhecíamos a família. Eu liguei, conversei com a dona e contei a história, dizendo o quanto a Letícia gostava destes animais. Ela se sensibilizou e disse que teria alguns pintinhos e decidimos pegar uma fêmea, que seria mais tranquila de criar”, conta a mãe de Letícia, Ester Kressin Goede.

Judith é uma galinha da raça Brahma, e é uma das maiores da espécie. Logo, ela se tornou a nova xodó da família Goede e é, inclusive, a mascote oficial do centro de treinamentos que Letícia administra, o Lau Treinamentos.

Letícia destaca que sempre adorou animais de fazenda e ressalta a inteligência deles, desconhecida por muitas pessoas. “Eu amo animais de fazenda, eles são sensacionais e muito inteligentes, mas acho que as pessoas às vezes não dão a devida atenção para eles. Os galos e galinhas são muito mansinhos e carinhosos e, inclusive, alguns estudos que mostram que elas são inteligentes no nível de uma criança de dois anos. A Judith é mais companheira e está sempre com a minha mãe”, relata.

 

(Foto: Isadora Brehmer / Jornal de Pomerode)

Judith já foi incluída na rotina da família. Todos os dias, quando Letícia e o namorado, Fernando, acordam, colocam a galinha em uma caixinha, até que o resto da família acorde. Depois, por volta das 7h30min, dona Ester a solta e a Judith é a sua companhia durante o café da manhã. No almoço, é só a galinha escutar o barulho dos pratos para aparecer na cozinha, onde tem a própria tigela de comida e o espaço para almoçar junto com a família. Das seis até as oito da noite, ela fica nas áreas de mato, ao lado da casa, caçando bichos menores. 

“De manhã, sempre fazemos um carinho nela, porque ela dorme lá no quarto, em um travesseiro entre a mesinha do canto e cama. Meio dia também, sempre aproveitamos para dar carinho a ela e depois vemos de novo a Judith perto das 22h30, quando chegamos do trabalho e ela já está pronta para dormir, no quarto”, conta Letícia.

“Eu tenho que colocá-la para dormir e a Judith parece uma criança no travesseiro. Tenho que passar a mão, fazer carinho nela, e ficar conversando um pouco, até que ela comece a se sentar e depois deitar para dormir”, acrescenta Ester. 

“Antes de dormirmos, enquanto estamos mexendo no celular, ela fica em cima da barriga, da minha ou do Fernando. À noite, às vezes a Judith dorme com a gente, em cima da barriga ou no cabelo, pois ela procura os lugares quentinhos. A Judith sempre foi muito mansa, e eu acho que ela é muito carente”, complementa Letícia. 

A profissional em educação física enaltece que é interessante observar as galinhas, porque cada uma tem a sua própria personalidade e, aos poucos, você começa a entender melhor o comportamento delas. 

“Eles têm uma linguagem deles, que a gente começa a ver, quando convivemos. Agora, com a Judith, sabemos quando ela faz um som diferente, quando está feliz. Já quando ela não gosta de algo, ela pia diferente, e quando quer dormir, faz um outro barulhinho. Eles falam outra língua, que a gente não entende, mas se você começar a perceber é que nem os gansos, as outras galinhas. É muito interessante observar e hoje temos um carinho tão grande que não matamos as galinhas e galos para comer aqui em casa e eu quero parar de comer carne”, destaca. Letícia.

 

 

 

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