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Um objeto de descanso

Moradores da região de Testo Alto recriam esteira utilizada para descanso dos antepassados

25 de julho de 2020

Tirar um cochilo após algumas horas de trabalho no campo para depois dá aquele gás para voltar à roça com as energias renovadas. Há quase 100 anos atrás, o método para descansar, principalmente após a primeira parte do dia, após o almoço, era um pouco diferente.

Para mostrar e relembrar como isto era feito no passado, a família Trettin decidiu recriar um dos objetos que era usado no momento de cochilo dos antepassados. Se trata de uma esteira de palha de taboa (Stören kraut), uma planta característica de lagos e lagoas e que possui uma boa resistência. A esteira é uma espécie de colchonete toda feita a base da palha da planta, que é colocada em um molde de madeira, depois é parafusada com outros pedaços de madeira para que a palha se junte e logo após, é feita a costura.

O processo leva em média quatro horas e necessita de no mínimo duas pessoas para a confecção do objeto. Na residência da família, no bairro de Testo Alto, Walter Trettin, 83 anos, teve a ideia de fazer a esteira com o objetivo de mostrar para a nova geração da família de como era o modo de vida no passado. Além disso, Trettin também irá utilizar o colchonete para descansar, após voltar da roça, na área externa da casa, para aproveitar o clima que só a área rural proporciona.
Para Wilson Trettin, filho de Walter, o fato do pai se empenhar em fazer a peça para preservar a cultura, é algo que o deixa orgulhoso.

 

“Para mim é uma honra participar desse momento em ver que o meu pai, que conhece da história dos nossos antepassados, se dedicar em fazer algo para preservar a nossa cultura é algo que me deixa muito orgulhoso. Com isso, meu filho William, pode ver de perto como era o modo de vida antigamente”, relata.

O vizinho e amigo da Família Trettin, Rogério Siewert, ficou sabendo da recriação da esteira e apoiou a família do seu colega a continuar com o trabalho.

“O Sr. Walter nos comentou de que, quando ele era pequeno, ele se lembrava que o pai dele possuía uma esteira usada para momentos de descanso. Poxa, quando ele comentou sobre, isso também me despertou a curiosidade e fui perguntar para o meu pai, que confirmou que realmente era dessa maneira que eles tiravam um ‘cochilo’, ao meio-dia. É importante para nós que essa cultura realmente seja preservada e que nossos filhos possam continuar dando visibilidade à nossa história”, complementa. 

 

(Foto: Raphael Carrasco / Jornal de Pomerode)

 

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