Educação

Por uma quarentena mais produtiva e animada

Escolas do município incentivam seus alunos a realizar atividades pedagógicas em família, e publicar nas redes sociais das instituições.

27 de março de 2020

Fazer deste período da quarentena, algo positivo, é o que a maioria das pessoas busca, a fim de minimizar os efeitos do isolamento social. Pensando nisso, duas instituições de ensino pomerodenses criaram uma espécie de “desafios” para seus alunos, para que eles mostrassem o quanto este momento também pode trazer coisas positivas.

Uma das instituições é a E.B.M. Dr. Amadeu da Luz que, por meio da tecnóloga Lorizete Pegorini, faz com que os alunos postem vídeos, mostrando um pouco da sua rotina, em casa. “Eles são incentivados a realizar diversas tarefas, como cantar, dançar, fazer ginástica, ler, jogar… Isso mostra o quanto ficar em casa, na quarentena, pode ser bem divertido. E como eles têm marcado a escola usando a hashtag #quarentenadivertida, a interação é maior ainda”, destaca a tecnóloga.

 

Jornal de Pomerode – Como surgiu a ideia de realizarem estas atividades?

Lorizete Pegorini – Recebi uma mensagem, no WhatsApp do professor Alexandro, de Educação Física, pedindo o que eu achava de lançar um desafio nas redes sociais da escola. Gostei e compartilhei com o administrativo da escola, que também apoiou. Montamos a ideia do desafio e, depois de várias versões, postamos em nossas redes sociais: WhatsApp, Facebook, Instagram e Twitter.

 

 

JP – Como os alunos estão recebendo essas “missões”? A escola está tendo o feedback adequado?

LP – Foi super rápido o feedback. Ficamos surpresos com o empenho dos alunos e famílias. O tempo todo tem foto ou vídeo novo.

 

JP – O quanto isso é importante para o desenvolvimento escolar deles?

LP – Primeiro, é importante para que nossos alunos saibam que estamos curiosos para saber o que estão fazendo nesse período de quarentena. E depois, procuramos lembrar que estão em casa para se cuidarem, e cuidarem das pessoas com que convivem no dia a dia.

 

 

JP – Estas atividades poderão, de alguma forma, ser discutidas ou trabalhadas em sala de aula, quando tudo voltar à normalidade?

LP – Poderão sim. Nos primeiros 15 dias de quarentena, os alunos e professores estão em recesso (que aconteceria em julho), então, estamos deixando as atividades bem à vontade. Adiante, pensamos em abordar algumas questões mais pedagógicas.

 

JP – Como trabalhar a questão da pandemia com os mais jovens?

LP – Já fazemos isso, desde a época da pandemia do H1N1. Na época, eu participei de uma formação com a equipe epidemiológica da Prefeitura e, desde lá, as questões sobre a higienização e limpeza das mãos são fortemente trabalhadas no início do ano com as turmas.

 

 

A E.B.M. Hermann Guenther também teve esta visão, de buscar uma maior interação com seus alunos e suas famílias, durante a quarentena. “Isso potencializa a capacidade de cada indivíduo e núcleo familiar, através da informação, para o desenvolvimento de habilidades e atitudes sociais e pedagógicas, utilizando como ferramenta, as redes sociais”, destaca a presidente da APP, Beatriz Erhardt.

Para ela, a pandemia da Covid-19 trouxe a reflexão sobre a fragilidade humana, não somente em termos biológicos, mas econômicos e sociais, e o quanto somos vulneráveis, independente de raça, cor, sexo, credo religioso, classe social e nacionalidade, deixando nossas “vulnerabilidades” expostas.

 

Jornal de Pomerode – Como surgiu a ideia de realizarem estas atividades?

Beatriz Erhardt – O intuito da APP é trabalhar em conjunto com a comunidade. A ideia surgiu em conjunto com a tecnóloga Neli e com o diretor Jelson. É uma proposta de uma jornada de troca de experiência com a comunidade, num caminho de duas vias, onde buscamos resultado e, principalmente, aprendizado mútuo. Tudo isso, conectados em rede não somente digitalmente, mas socialmente e educativamente. A proposta da quarentena em postar uma foto do real momento da atividade, tem como objetivo incentivar outros alunos, colegas e a comunidade a estruturarem e dinamizarem ações de qualidade, resgatando, desta forma, a plena competência de nos relacionar socialmente.

 

 

JP – Como os alunos estão recebendo essas “missões”? A escola está tendo o feedback adequado?

BE – Postamos dicas do que realizar nesse período, tendo como foco principal, a interação dos alunos e o incentivo aos demais. Em pouco tempo de postagem da “Proposta Quarentena”, já havia inúmeros compartilhamentos e marcações no facebook da escola. Isso demonstra o quanto os pais gostaram e interagiram com a proposta, além de feedback’s que recebemos por outros canais de comunicação. Está sendo marcante e de importância vital, diminuindo a saudade dos pequenos.

 

JP – O quanto isso é importante para o desenvolvimento escolar deles?

BE – Rotina e disciplina e potencialização de habilidades. Este tripé define a importância destas atividades.

 

 

JP – Estas atividades poderão de alguma forma, ser discutidas ou trabalhadas em sala de aula, quando tudo voltar à normalidade?

BE – Não só discutidas, como refletidas e incorporadas a projetos na escola. Quando as aulas retornarem, será comentado e trabalhado nos espaços educativos da escola. Esse período de quarentena foi uma situação inusitada para os alunos, familiares e a comunidade. Lições são aprendidas, necessitamos nos manter ativos, com tarefas e rotinas pedagógicas, bem como, aprender com as dificuldades, o tempo ocioso, os limites, a consequência de cada ação e o quanto estamos colaborando ficando no nosso espaço de convívio familiar. As atividades feitas em casa, através da proposta, não valem nota ou reposição de dias letivos. É uma uma forma de conscientização e de compartilhar o real momento.

 

JP – Como trabalhar a questão da pandemia com os mais jovens?

BE – A Informação é uma ótima prevenção. Precisamos trabalhar esta informação para gerar conhecimento criando desta forma atitudes de conscientização. Nossa equipe de profissionais da escola já seguiam as orientações de higienização, aderindo o álcool gel em todos os espaços, incluindo borrifadores. O assunto é algo histórico e será trabalhado, transversalmente, em todas as disciplinas.

 

 

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