Saúde

Novembro Azul e a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata

Mesmo em tempos de pandemia, atenção à saúde masculina é essencial

14 de novembro de 2020

A maioria dos homens ainda deixa a saúde em escanteio. E, em especial, a crise de saúde gerada pela pandemia do novo coronavírus, ao longo desse ano, agravou ainda mais a falta de prevenção masculina. Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), estimam-se mais de 65 mil novos casos de câncer de próstata somente em 2020.

A SBCO (Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica) também revelou que entre 50 mil a 90 mil brasileiros deixaram de receber diagnóstico de câncer. Além disso, acredita-se que houve uma queda de 70% nas cirurgias oncológicas, em comparação ao ano passado. 

O médico urologista Raphael Lahr, reforça a importância do acesso à informação e a procura por atendimento quando qualquer problema aparece. “Os homens precisam saber quando ir ao médico e quais problemas podem ter, entendendo a necessidade do tratamento e deixando o preconceito de lado para cuidar da própria saúde”, ressalta. 

 

A campanha do Novembro Azul cumpre essa função e reacende a conscientização para o câncer de próstata, o mais frequente entre os homens, depois do câncer de pele. 

Quando os sintomas começam a aparecer, 95% dos casos já estão em fase adiantada. Não é possível evitar a doença, mas é possível diagnosticá-la precocemente e, desse modo, as chances de cura são superiores a 90%. Os números apresentados justificam a necessidade de um acompanhamento com o Urologista a partir da quarta década de vida. 

Nas fases iniciais, a patologia não costuma apresentar sintomas e a descoberta precoce, por meio de exames de screening (sangue e do toque retal) associado a biópsia de próstata, garante 90% de chances de cura nos cânceres diagnosticados em seus quadros iniciais. “Quando apresenta sintomas, significa que o câncer já está em uma fase mais avançada, causando dificuldade em urinar, diminuição do fluxo de urina, necessidade de urinar com mais frequência durante o dia ou a noite e sangue na urina ou no sêmen”, revela Lahr, diminuindo as possibilidades de tratamento e de cura da doença. 

O INCA e a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) destacam a alta incidência do câncer de próstata e, assim, ressaltam a importância da consulta médica, que tem como objetivo o diagnóstico precoce. A confirmação do diagnóstico faz-se por uma biópsia de próstata. 

De acordo com o especialista, os homens devem ficar atentos aos fatores de risco, que incluem obesidade e histórico familiar da enfermidade em pai, irmão ou tio. Homens afrodescendentes também possuem mais chances de desenvolver o câncer. “Todo homem, a partir dos 50 anos, mesmo sem sintomas, devem ir ao urologista. Já quem faz parte do grupo de risco precisa iniciar o acompanhamento a partir dos 45 anos”, recomenda.  

Além disso, um estilo de vida saudável pode contribuir para que não haja o surgimento da doença. Nesse sentido, é essencial manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente e não fumar. Segundo Lahr, pesquisas mais recentes indicaram que o tabagismo, o consumo de alimentos gordurosos e o sedentarismo são fatores que aumentam a probabilidade de um homem desenvolver a enfermidade. 

 

Muito além do câncer

A próstata possui o tamanho de uma castanha e está localizada abaixo da bexiga. A principal função dela é produzir secreção para nutrir e transportar os espermatozoides. De acordo com o urologista, além do tumor, a glândula pode sofrer outras alterações que, diferentemente do câncer, apresentam sinais de imediato e requerem atenção. “Ela é capaz de desenvolver uma inflamação, a prostatite, e o crescimento benigno, conhecido por hiperplasia prostática benigna, com sintomas aparentes e fáceis de identificar que algo está errado”, complementa.

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