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No meio de reviravoltas, um final feliz

O personagem principal é o shitzu Ducke, que tem cerca de três anos e meio de idade

10 de abril de 2021

No lugar certo e na hora certa. A história que contaremos a partir de agora, começou em Pomerode e terminou com um final feliz em Biguaçu, que fica quase 30 km de distância da capital catarinense, Florianópolis. O personagem principal é o shitzu Ducke, que tem cerca de três anos e meio de idade. No domingo de páscoa, pela manhã, o cachorrinho acabou saindo pelos fundos da residência, que fica localizada na Rua Alemanha, e fugiu. Ao perceber que Ducke não estava mais em casa, a Carla Luiza Hermann Espanhol, dona do cachorro, começou com a busca para tentar encontra-lo, novamente. 

Nesta mesma manhã de domingo, pela cidade, Francielle Scheidt Boehme e seu marido Rafael Joaquim da Silveira, que residem na cidade de Biguaçu, estavam na cidade para dar um passeio. De repente, em um dos momentos de parada para fazer um registro fotográfico, o casal encontra o Ducke, que estava próximo à Fakini Malhas. Surpreendida, Francielle conseguiu ter a confiança do cachorro e aproveitou para fazer uma foto e também uma publicação no Facebook de um grupo de classificados da nossa cidade, dizendo que havia encontrado o animal, naquela região.

“Encontramos ele e resolvemos ‘resgatá-lo’, já que a rodovia era próxima e não conhecíamos muito o lugar. Então batemos uma foto e fiz a postagem no grupo de Facebook, perguntado dos donos, já que o cachorrinho estava bem cuidado. Colocamos no carro e avisamos que, por volta das 15h, estaríamos voltando para Biguaçu”, relata.

 

(Foto: Raphael Carrasco / Jornal de Pomerode)

O tempo ia passando e o casal passeou com o Ducke pela cidade, durante visitas a pontos turísticos de Pomerode. Porém, chegaram às 15h e até então, os donos não haviam entrado em contato com os dois. A partir daí, eles retornaram a Biguaçu com um passageiro a mais. Virando a página, após procurar pela cidade, Carla não teve sucesso em encontrar o cachorrinho. 

“Eu não tenho muito contato com redes sociais, como Facebook ou Instagram, uso mais o Whatsapp. Então, não fiquei sabendo de que alguém havia encontrado ele na cidade”, comenta.

Às 21h, ainda de domingo, após sair da igreja, Carla recebe uma mensagem no seu Whatsapp encaminhada pela sua mãe, avisando que o Ducke havia sido encontrado. Porém, já havia sido levado para Biguaçu. “Imediatamente entrei em contato com ela. A Fran, então, me pediu muitas comprovações inclusive fotos, vídeos e outros. Também mandamos um áudio com a voz da Laura, minha filha, pra ela reparar na reação do cachorro ao escutar, e logo ela notou que o Ducke fazia parte de nossa família”, explica.

No dia seguinte, Carla e a filha Laura Valentina Espanhol, resolveram pegar a estrada e ir até a cidade de Biguaçu, viagem aproximada de 150km de distância. 
“Na hora, a gente não se importou em quanto íamos ter de gastos para ir até lá ou o tempo que teríamos de viagem, já que nunca fui dirigindo para lá. Eu só precisava ter o Ducke de volta, ele faz parte da nossa família tanto que, na noite que passamos sem ele, nem conseguimos dormir direito, embora a gente soubesse onde ele estava. Mas a falta que ele estava fazendo era enorme”, conta.

Ao chegar na casa de Francielle, a emoção tomou conta no reencontro com o cachorro e seus donos. Na residência, o casal de Biguaçu mantém um projeto particular voltado à proteção dos animais, o que também deixou Carla e família ainda mais segura, já que sabiam que o Ducke estava em boas mãos.  O projeto “Fran Hospedagem” foi uma iniciativa dela e do marido, que tem como objetivo tirar os cães que se encontram em situação de rua, cuidá-los e colocar para a adoção.

 

Francielle, Carla e Luana, durante reecontro com Ducke, em Biguaçu. (Foto: Arquivo pessoal)

“Na verdade, não temos um projeto ou ONG, sou protetora independente, junto com meu marido. Ser protetora de animais independente é não receber verbas do governo e é sustentar os cães que a gente resgata, tirando de nosso próprio salário. No caso, também sou professora e meu marido é autônomo. Porém, como moramos em uma casa com bastante terreno e espaço (mesmo sendo alugada), iniciamos também com hospedagem social (animais resgatados por outras pessoas e que são cuidados por um valor acessível até serem adotados. São vacinados, castrados, tratados e encaminhados à adoção). Desta forma ajudamos os nossos resgatados e também os resgatados de outras protetoras ou de pessoas sensíveis à causa animal”, explica Francielle.

A quem interessar em ajudar o projeto de Francielle, basta seguir as redes sociais da Fran Hospedagem ou fazer uma doação através do pix 48999097005, em nome de Irani. Francielle aproveitou para deixar um recado final.

“Enquanto protetora de animais, sempre oriento que, em uma situação como essa, de encontrar um animal visivelmente incapaz de ficar na rua, resgate, trate seus ferimentos e necessidades. E procure a família ou encaminhe à adoção por meio das redes sociais. Mas não o deixe na rua pensando que o dono vai achar ou que nada de ruim vai acontecer, porque infelizmente isso, não está em nossas mãos. A única coisa que está, é tomar uma atitude e fazer o certo, que é proteger uma vida.”, finaliza.

 

Ducke é o xodó da filha de Carla. Luana ama brincar diariamente com o cachorrinho. (Foto: Raphael Carrasco / Jornal de Pomerode)

Depois de tantas idas e vindas, a esperança de encontrar o Ducke não se perdeu durante todo esse “ping-pong”. Agora, o cachorrinho está de volta com a família e tudo voltou como era antes. Como dizia os desenhos da Warner, “Isso é tudo, pessoal!”.

 

 

 

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