Comunidade

Histórias da quarentena

Crianças do Peal Pomerode criam “diários da quarentena”, relatando suas experiências, em casa

24 de outubro de 2020

Durante a pandemia, as crianças fazem parte de um dos grupos que mais teve a rotina modificada, devido aos cuidados que devem ser adotados para evitar o contágio pela doença, como o isolamento social, por exemplo. Além da suspensão das aulas presenciais nas escolas, locais que atendem crianças também tiveram suas atividades interrompidas, como o Programa Espaço Alternativo (Peal) de Pomerode.

A entidade, que atende crianças em situação de vulnerabilidade social no contraturno escolar, tem mantido atividades de forma remota, por meio de vídeo chamadas e contato via redes sociais. E, de acordo com a professora do Peal, Beatriz Krueger, estão sendo propostas atividades especiais.

“Enquanto os encontros presenciais não retornam, as crianças atendidas pelo Peal trabalham em casa na elaboração de diários da quarentena, nos quais relatam as experiências durante o isolamento social. É uma forma de incentivar a escrita e também um atividade diferente, que exige um comprometimento diário”, afirma a professora.

 

Beatriz relata que é sempre uma surpresa ler as experiências contadas pelas crianças, de seu período de isolamento. “Uma das crianças teve a família inteira diagnosticada com Covid-19 e ela relatou, no diário, como foi a convivência durante o período de isolamento total. Foi bem interessante e é muito legal acompanhar estes relatos”, enaltece.

No mês de setembro, as crianças já estavam realizando atividades de estímulo a escrita, com a elaboração de cartas para entidades e empresas que, de alguma forma, contribuem com o Peal e com a sociedade. E, para o futuro, os pequenos devem ter mais uma forma de exercitar o seu dom de escrever.

Isso porque o Peal possui um informativo mensal, montado como se fosse um jornal, que poderá servir como meio para divulgar as produções da criançada. “O Peal de Jaraguá do Sul tinha um jornal, de periodicidade trimestral. Nós, aqui, pensamos que, como o Peal é uma entidade que sobrevive com doações, precisávamos mostrar que, mesmo com a pandemia, as atividades estavam sendo realizadas, da forma que era possível. Então começamos a produzir o jornal. Mas futuramente, a ideia é que o jornal tenha a contribuição das crianças para a produção do conteúdo”, ressalta Beatriz.

 

A professora destaca que estes conhecimentos são fundamentais para o desenvolvimento das crianças e criar formas diferentes de estimular o gosto pela escrita é muito importante.

“Com a escrita, já tivemos uma experiência muito rica com a elaboração das cartas, para empresas e entidades. As crianças gostam de escrever e é algo que precisa ser incentivado. Além disso, ajudar no jornal será muito bom para que tenham contato com a escrita e com a experiência de procurar as informações, pesquisar e, assim, aprender, além da curiosidade que elas já têm de saber como funciona o jornal”, coloca.

Quanto ao retorno das atividades presenciais, Beatriz conta que é necessária a elaboração do plano de contingência, para o Peal, antes deste retorno. Mesmo assim dependem do retorno das aulas nas escolas, por questões de logística dos alunos, principalmente. Enquanto isso não acontece, as crianças continuam relatando suas experiências em casa, e aprendendo com estas vivências.

 

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