Saúde

Febre Amarela também exige atenção

Doença pode ser prevenida com a vacina, e pode evoluir para casos graves, quando não há a prevenção

17 de janeiro de 2021

O assunto que domina o noticiário e as rodas de conversa, quando a pauta é saúde, é a espera pela aprovação da vacina contra a Covid-19 no Brasil. A preocupação com o novo coronavírus tem dominado a comunidade, mas nem por isso, outras doenças deixaram de circular no estado e no país, sendo algumas delas tão graves quanto a Covid-19.

Uma destas doenças, que causou preocupação em todo o estado, no início de 2020, foi a Febre Amarela. Em Pomerode, antes da pandemia do novo coronavírus, foram confirmados três casos da doença em humanos, todos precisando de internação hospitalar. O primeiro caso, de um homem de 45 anos, foi confirmado em 20 de fevereiro e ele permaneceu internado até o dia 03 de abril. Ele não tinha registro de ter recebido a vacina contra a doença.

Depois deste, foram confirmados mais dois casos da doença, de mais dois homens, de 47 e 50 anos, este morador de Indaial, mas que trabalhava em Pomerode.
A Febre Amarela, diferentemente da Covid-19, possui uma vacina como forma de prevenção, que está disponível na rede pública de saúde. No ano de 2020, em Pomerode, foram aplicadas 6.350 vacinas em nosso município. A cobertura está em 99,57% entre a faixa etária de um a 59 anos. A partir de 60 anos, não há uma meta de vacinação, pois muitos idosos não podem receber a vacina.

 

O estado de Santa Catarina, até o momento, contabilizou 17 casos em 2020. Desses, dois acabaram evoluindo para óbito, de moradores de Camboriú e Indaial. Também foram registradas 134 mortes de macacos por conta da Febre Amarela. Os macacos são os principais hospedeiros.

O período sazonal de transmissão da Febre Amarela, conforme dito, vai de dezembro até maio. Justamente para se preparar para essa temporada de maior incidência da doença, técnicos do Ministérios da Saúde (MS) e do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) participaram hoje, 15, de reuniões com os técnicos da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC) e das demais áreas da SES para traçar um plano de ação para a prevenção da doença.

As regionais de saúde do estado também participaram, de forma on-line, das reuniões. “O objetivo é reforçar, mais uma vez, as ações de prevenção em Santa Catarina. Acompanhar a circulação do vírus pelo estado, que acontece a partir das notificações das epizootias (morte de macacos). O vírus circulou em algumas regiões de saúde, em 2020, e deve percorrer outras áreas no início de 2021, seguindo as rotas dos chamados corredores ecológicos. Entre essas, áreas estão o Alto Vale do Itajaí, Serra Catarinense e Oeste”, explica João Fuck, gerente de zoonoses da Dive/SC.

 

O objetivo da vinda dos técnicos e do acompanhamento on-line faz parte do plano de prevenção à Febre Amarela nacional. “Precisamos pensar de forma integrada. Agir juntos para traçar ações que contribuam para Santa Catarina. Precisamos estimular a vacinação contra a Febre Amarela e incentivar a população a continuar notificando quando encontrar algum macaco morto ou doente”, enfatiza Noely Moura, Coordenadora Geral de Vigilância das Arboviroses do MS.

 

Vacina

A melhor maneira de prevenir a febre amarela é através da vacinação. “O Estado já é área de recomendação para vacinação desde o segundo semestre de 2018. Mas ainda assim, a cobertura está abaixo da meta. O ideal é que 95% do público-alvo seja imunizado”, relembra Lia Quaresma Coimbra, gerente de Imunização da Dive/SC. Atualmente, a cobertura vacinal do estado está em 70,67%.

Todos os moradores de Santa Catarina, a partir dos nove meses de idade, devem ser imunizados. A vacina está disponível, gratuitamente, nos postos de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).

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