Saúde

Diabetes: número de pacientes com a doença pode aumentar, no futuro

Dados estimam 784 milhões de diabéticos no mundo, em 2045

14 de novembro de 2021

O que você sabe sobre a diabete? A doença segue sendo diagnosticada cada vez mais, no mundo todo. Dados da décima edição do Atlas do Diabetes, divulgado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês), mostram que 537 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos de idade têm diabetes no mundo, alta de 16% em dois anos. Os especialistas da IDF projetam que o número de adultos com a doença pode chegar a 643 milhões em 2030 e a 784 milhões em 2045. A prevalência global da doença atingiu 10,5%, com quase metade (44,7%) sem diagnóstico.   O levantamento, feito a cada dois anos, revela que o número de pessoas com diabetes aumentou de tal maneira que superou, proporcionalmente, a expansão da população global.

 E, baseado nestes dados, o Jornal de Pomerode conversou com um especialista para falar sobre a doença e maneiras de se evitar e os tratamentos devidos para quem descobriu recentemente a comorbidade.  Segundo dados da Secretaria de Saúde de Pomerode, 1.515 pessoas possuem algum tipo de diabetes, no município, representando cerca de 4,5% da população total da cidade.  O número de pacientes diagnosticados com a doença pode ser maior, já que este percentual é válido apenas para os cadastrados nos postos de saúde públicos, tirando aqueles que possuem diagnósticos na rede particular.

De acordo com o nutricionista Geliandro Ribeiro, o aumento gradativo de pessoas com diabetes é uma preocupação que precisa ser vista com atenção.

“Existe uma estimativa de que tenhamos na América Latina um aumento de 62% no número de diabéticos até 2045. A preocupação se estende a vários fatores. O Diabetes aumenta a prevalência e risco para outras doenças, como as cardiovasculares por exemplo. A doença também aumenta os custos, tanto para operadoras de saúde, quanto para o governo que oferece o tratamento através do SUS. Portanto, devemos olhar atentamente aos números e buscar soluções para reverter esse quadro”, comenta o especialista.

 

(Foto: Raphael Carrasco / Jornal de Pomerode)

 

Ainda, segundo Ribeiro, a diabetes é uma doença que pode ser evitada ou, se diagnosticada, é possível reduzir o nível de glicose do sangue, com cuidados de alimentação, atividades físicas e acompanhamento nos exames de rotina.

“Fatores genéticos também estão relacionados, porém neste tipo entram principalmente os fatores ambientais, ou seja, aquilo que podemos mudar. Manter uma alimentação equilibrada, não fumar, combater o sedentarismo e ingerir álcool com moderação são as principais ações para evitar o Diabetes tipo II. Fique atento se você apresentar muita sede e vontade de urinar, fome excessiva, cansaço, fraqueza e perda de peso. Esses sintomas estão altamente relacionados ao diagnóstico de Diabetes. Medir a glicose é um exame simples e está presente nos exames de rotina. Ele é o primeiro exame de rastreamento para qualquer indicativo de Diabetes. Apesar de ser um exame de fácil acesso, geralmente presente nas farmácias e campanhas sobre o tema, é importante manter o acompanhamento médico regular para um melhor rastreamento.”, explica.

E, caso seja diagnosticado, o nutricionista dá dicas para que o nível de glicose possa abaixar e ter uma vida saudável, convivendo com a doença.

 

 

“Infelizmente muitos pacientes, ao iniciar o uso dos medicamentos, esquecem dos cuidados na alimentação e atividade física, que são tão importantes quanto a medicação. Na alimentação buscamos equilibrar o consumo dos nutrientes, preferindo sempre os carboidratos mais complexos, como os alimentos integrais, além de incentivar o consumo de proteínas de boa qualidade, como feijão, lentilha, carnes magras, ovos e peixes. Aumentar o consumo de hortaliças é outro ponto de extrema importância. Uma das situações que mais gera dúvida, é sobre o consumo de frutas, pois elas possuem frutose, um tipo de açúcar. Em um plano organizado, não há proibição de tipos de frutas, limitamos apenas o tamanho das porções. Importante lembrar também que o consumo de alimentos industrializados, ricos em açúcares e gorduras precisa ser eventual e controlado”, finaliza.

 

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