Cultura

Artesanato busca retomada

Setor foi prejudicado pela pandemia

30 de agosto de 2020

Conforme já mencionado em outras oportunidades, o setor cultural foi um dos que mais sofreu em decorrência da pandemia do novo coronavírus e da nova realidade provocada por ela. Dentro deste setor, existem diversas ramificações, que foram diretamente afetadas por todos os cancelamentos de eventos e pelas recomendações de isolamento social, necessárias para a contenção do avanço da doença. Uma delas foi a área do artesanato.

No Centro Cultural, há a loja Handgemacht (Feito à Mão), que reúne os artesãos do Núcleo de Economia Criativa, da Acip e que tem sofrido com os impactos da pandemia. Estes, começaram a ser sentidos logo que o coronavírus chegou ao estado.

A presidente do Núcleo de Economia Criativa, Dirce Goede, comenta que os primeiros prejuízos vieram com o cancelamento da 12ª Osterfest. “Logo após o fim da Festa Pomerana, os artesãos já começaram a programação para a Osterfest, pensando a produção para este evento, que tinha uma expectativa muito boa. Houve o primeiro fim de semana de evento e, logo depois, houve o Decreto Estadual. Depois, fechamos a loja e permanecemos por quase um mês fechados”, conta.

 

 

Dirce também comenta que muitos dos artesãos tiveram dificuldades, pois tinham se programado para Osterfest, com a sua produção, principalmente, quem trabalha com algum alimento, como bolachas e chocolates. 

Ainda sobre a Osterfest, o cancelamento do evento, embora tenha sido necessário na época, trouxe prejuízos aos que vivem do artesanato, também. Isso porque, de acordo com a coordenação do Núcleo de Economia Criativa, o faturamento obtido na loja durante a Osterfest representa 1/3 da renda anual.

“Como o ovo foi montado antes do início da festa, já houve um bom movimento anteriormente, o que também ajudou. Mas tinham uma expectativa de crescimento muito boa, levando em conta a expectativa da Osterfest”, pondera Dirce.

Mesmo quando houve a liberação para o funcionamento do comércio, a loja Handgemacht não voltou a funcionar, em um primeiro momento, até porque, como 98% do público que procura a loja é formado por turistas, não era viável mantê-la funcionando. O período foi aproveitado para que estratégias fossem traçadas para os próximos meses.

“Neste mês em que a loja esteve fechada, planejamos como faríamos para sobreviver, quais ações seria adotadas. Então, decidimos adotar algumas medidas para a redução de gastos e reduzimos a mensalidade dos artesãos associados, por exemplo, para que não houvessem tantas desistências. Também não voltamos logo a funcionar, porque havia o fator de que alguns artesãos são dos grupos de risco para a doença e tínhamos que pensar neles”, afirma.

Em agosto, por fim, todos os artesãos voltaram à loja, com todos os cuidados. Segundo Dirce, ninguém entra no local sem máscara e, antes de entrar, deve-se higienizar as mãos, com respeito a todas as medidas decretadas, cuidando, também, das pessoas que estão trabalhando no local. E, aos poucos, o movimento tem retornado ao local.

Mesmo assim, o período tem sido complicado para os artesãos que integram o Núcleo de Economia Criativa. De acordo com a tesoureira do grupo, Rafaela Trapp, houve uma perda de, aproximadamente, 80% nas vendas do local. “Há artesãos, inclusive, que dependem desta renda”, destaca Rafaela.

Agora, a Handgemacht está começando as vendas pelas redes sociais, por meio de Facebook, Instagram e pedidos via WhatsApp (47 99153-6312), mas com um trabalho bem inicial. “O que não podemos é nos desmotivar. É preciso manter a esperança”, finaliza Dirce.

 

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