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A maternidade gerada no coração

Família relembra história de adoção, contada há 10 anos no JP, enaltecendo o quão genuíno é o amor no ato de adotar

9 de maio de 2021

Há 10 anos, o Jornal de Pomerode trouxe, em suas páginas, a história da família Lempke, que emocionou a todos com um gesto de adoção. Kelly Lempke, hoje com 30 anos, relembrou a história de como passou a fazer parte de uma família que a acolheu com amor genuíno.

A mãe, Ruth Lempke, 60, relembra o desejo de ter um filho e a volta por cima, após descobrir que não poderia gerar, por meio da adoção. “Na época, o rito da adoção ainda não era tão regrado, mas eu lembro de, logo depois de conhecermos a Kelly, procurar uma advogada para que fosse tudo dentro da lei, naquele tempo. Então ela veio para a casa conosco, com dois dias”, recorda.

Kelly também fala com emoção sobre a oportunidade de ter uma vida nova, com uma família que a escolheu para amar. “Eu nem cheguei a passar por um orfanato, vim direto para os meus pais. Eu posso dizer que eu não tive problemas com o fato de ter sido adotada. Primeiro, porque eu sempre soube, eu cresci ouvindo a história real. Eu sempre me senti muito parte da família, todo mundo me acolheu bem”, afirma Kelly.

A filha também comenta que a relação com a família sempre foi muito transparente e aberta. Segundo Kelly, os pais sempre foram muito abertos caso ela quisesse, um dia, procurar pela mãe biológica, porém, ela admite que nunca sentiu esse desejo. “Eu estou feliz, eu tenho pai, eu tenho mãe, eu não sinto necessidade de procurar por outra pessoa. Sou muito amada e isso é mais do que o suficiente”, enaltece.

Com um sorriso de inegável alegria, dona Ruth falou sobre a chegada de Kelly à casa da família, ainda bebê. “Primeiro foi até um pouco assustador, pela rapidez, porque não tínhamos tudo pronto. Mas com ajuda de familiares a amigos, conseguimos roupinhas e as demais coisas. Foi uma experiência nova e ela chorava bastante, mas é uma coisa que vai aprendendo aos poucos, escutando conselhos, olhando quem já era mãe”, comenta Ruth.

Kelly subiu ao altar recentemente e, por isso, perguntamos a ela se há o sonho de ser mãe, futuramente e de, talvez, adotar uma criança, como foi feito com ela. “Conheço mais pessoas que adotaram e eu acho lindo, de verdade. Eu penso em ter filhos, sim, e não me importo em adotar. Não sei de onde vem tanto amor, mas acho lindo”. 

Dona Ruth ainda estendeu o seu amor para mais um filho, adotado em 2004, quando o pequeno Johnny Lempke, na época com apenas seis meses, entrou para a família. 

A mãe, dona Ruth, que também sonha em ser avó, destaca que nunca sentiu falta de ter a maternidade “convencional”, de gerar uma vida, pois ama seus dois filhos adotivos de forma tão intensa, que é tudo o que ela precisa.

“Nunca senti falta de uma gravidez, assim, sabe? Tem mulher que quer passar pelo processo da gravidez, tem mulher que não se importa, e só quer ter a criança depois nos braços, sentir esse amor incondicional. O que realmente importa é amar”, enaltece.

A família sempre enxergou a sua história como uma trajetória cheia de amor e, por isso, aconselha àquelas pessoas que estão iniciando nesta caminhada, de adotar, em seu coração, filhos ou filhas.

“Eu tenho um conselho, pois sei o que meus pais fizeram e que deu certo comigo. Acredito que os pais devem ser transparentes com as crianças, contar a verdade desde cedo, como eu falei, eu nem lembro quando me contaram, porque já foi uma coisa que eu cresci sabendo, tendo esta abertura para saber minha história de verdade e, desta forma, valorizar o amor que eu recebi durante toda a minha vida”, finaliza Kelly.

 

 

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