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A gratidão por uma nova vida

Pomerodense conhece a base do Arcanjo-03 um ano depois de uma parada cardiorrespiratória revertida

12 de junho de 2021

Uma mistura de tensão com alívio. Em 21 de março de 2020, durante um sábado pela manhã, a família Haut teve um grande susto. Naquele dia, o pomerodense Frank Haut, que naquela ocasião tinha 55 anos, sofreu uma parada cardiorrespiratória, deixando todos que estavam em casa em um clima de muita apreensão e preocupação. Porém, no final, veio o alívio por ter a chance de “viver de novo”.

Após um ano de toda essa história, o Jornal de Pomerode promoveu um reencontro emocionante da família com parte da equipe do Batalhão de Operações Aéreas, o BOA, que auxiliou na reversão do quadro crítico do pomerodense, após serem acionados por meio do Arcanjo-03.

 Ao chegar no hangar que fica a aeronave, no Aeroporto Quero-Quero, em Blumenau, Haut reencontrou o Sargento Cristiano, um dos membros que estava presente no dia de sua parada cardiorrespiratória revertida. Um pouco tímido, o pomerodense contou que não se lembra de nada do dia em que teve a PCR. Cristiano, então, começou a relembrar a ocorrência ao aposentado e contou alguns detalhes sobre o que aconteceu naquele dia 21 de março de 2020. 

“Esse tipo de ocorrência, de PCR, é considerada uma das mais graves que a gente atende. Infelizmente, nem sempre, temos sucesso na hora da revertida do quadro do paciente. Porém, toda a ocorrência que somos acionados, temos que ir pensando sempre no melhor e durante o atendimento, acreditar que possamos fazê-lo e sair do local com um resultado positivo”, comenta Cristiano. Conforme as conversas iam se estendendo, Haut começou a se interessar ainda mais sobre os métodos de resgate e aumentar a curiosidade para conhecer a aeronave que transferiu o pomerodense ao Hospital Santa Isabel, em Blumenau.

 

 

Frank Haut conheceu a base do Arcanjo-03, que fica localizada em Blumenau. (Foto: Raphael Carrasco / Jornal de Pomerode)

 

Inclusive, por seis anos, o aposentado atuou como bombeiro voluntário na cidade de Pomerode e também falou sobre as ocorrências de Parada Cardiorrespiratória e atendimentos a chamados desta natureza. “Eu, como socorrista por cerca de seis anos, atendi a algumas ocorrências de PCR. Em algumas delas não tivemos sucesso, não conseguimos reverter o quadro e o paciente acabava vindo a óbito. Então, sei como é grave este tipo de situação e é muito legal ver que os métodos foram evoluindo e também podermos ter uma equipe como a do Arcanjo, à disposição das pessoas”, explica Haut. No meio das conversas, chega o enfermeiro Schlemper, que também estava de serviço no dia em que tudo aconteceu. Ele estava em uma ocorrência em Blumenau e retornou à base logo depois e aproveitou para bater um papo com Haut, durante o reencontro. 

“Nós recebemos a informação, tanto dos Bombeiros Voluntários, quanto do Samu, de que o quadro do Sr. Frank necessitava de um suporte avançado. Chegamos na cena e identificamos o infarto. Demos continuidade no trabalho de atendimento antes da nossa chegada, feito pelo Samu, família e Bombeiros Voluntários que ajudou a reverter a situação crítica e encaminhamos ao Hospital Santa Isabel, que é referência. Para falar a verdade, essa é a primeira oportunidade de reencontrar um paciente que teve uma parada revertida e está com a saúde em dia, sem ter sofrido grandes sequelas com o que aconteceu. É muito bom revê-lo!”, frisa o enfermeiro. 

 

O pré-atendimento

Voltando um pouco na história, é importante citar a importância do atendimento que foi realizado antes da chegada da equipe do Arcanjo-03, na residência da família, em Testo Alto. A filha, Saskia Haut, que fez curso como bombeiro mirim, conta que estava com o pai estava na parte de cima da casa e escutou barulhos. Quando subiu para ver o que estava acontecendo, reparou que o mesmo estava passando mal e resolveu acionar o serviço de emergência.

“Quando encontrei o pai, ele estava ‘roxo’ e meio que deitado em um canto com a cabeça abaixada. Foi aí que avisei minha mãe e acreditava que ele estava tendo um infarto. Pegamos ele, deitamos no chão da sala e acionamos os bombeiros. Antes deles chegarem, minha mãe e meu cunhado tentavam a massagem cardíaca e eu ajudava na parte respiratória. Parecia tudo uma eternidade, mas os bombeiros chegaram rapidamente e logo após, o Samu também esteve no local para ajudar na ocorrência, finalizando com a equipe do Arcanjo”, relembra. 

 

Família também aproveitou para agradecer à equipe. (Foto: Raphael Carrasco / Jornal de Pomerode)

 

Naquele dia, a equipe dos bombeiros de Pomerode, na ocorrência, era composta por Lucas Alichandre, Daniel Hein, José Roberto e Marcos Krahn e foi a primeira a chegar no local e ajudou o paciente a restabelecer os sinais vitais.Quando o Samu foi acionado, através do técnico de enfermagem do Samu Anderson Glemboski e o condutor Valdir dos Santos Werner, foi a hora de medicar o paciente e avaliar se havia a necessidade de acionamento da aeronave de suporte.

“Demos seguimento ao atendimento e fizemos a medicação do paciente que auxilia a reverter o quadro que ele estava. Prestamos auxílio até a chegada da equipe do Arcanjo, que assume a ocorrência dando todo o suporte avançado. Ainda na casa do paciente, seguimos auxiliando a equipe do Arcanjo até a estabilização do paciente, quando o médico julga que está estável para o transporte”, relata o técnico de enfermagem. 

Glemboski também fala sobre a gratidão de ver este tipo de ocorrência, com um final feliz.

“Para nós que trabalhamos com vidas sempre é muito gratificante saber que nosso trabalho foi benéfico para salvar uma vida. Sabemos que para alcançarmos o sucesso em um atendimento como esse precisamos dar o melhor de nós e que o trabalho da equipe da unidade básica é fundamental no prognostico do paciente, com isso podemos reduzir possíveis danos à saúde de qualquer pessoa da nossa comunidade”, finaliza.

 

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