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Mulher que pesquisou sobre arsênio pode ter envenenado pai, marido e filho, diz polícia

Deise também é suspeita de ter envenenado um bolo que resultou na morte de três membros de uma mesma família

12 de janeiro de 2025

Foto: Redes sociais/Reprodução

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul está avaliando solicitar a exumação do corpo de José Lori da Silveira Moura, pai de Deise Moura dos Anjos, que foi presa sob suspeita de envenenar um bolo que resultou na morte de três membros de uma mesma família, na véspera do Natal de 2024. De acordo com o portal GZH, Deise também é investigada por suspeita de envenenar o sogro, em setembro.

O pai de Deise morreu em 2020, aos 67 anos, em Canoas, devido a complicações de cirrose. Apesar de sua relação com a filha ser descrita por uma amiga da família como boa, havia uma certa distância entre eles. Agora, a polícia investiga se outras mortes dentro do círculo familiar da suspeita podem ter sido causadas por envenenamento, como parte de uma possível série de homicídios.

Em uma coletiva de imprensa realizada na última sexta-feira, 10 de janeiro, o delegado Marcos Veloso afirmou que Deise começou a pesquisar e adquirir arsênio antes mesmo da primeira morte por envenenamento na família. A postura fria e manipuladora de Deise tem gerado mais suspeitas entre os investigadores.

A polícia também investiga outras possíveis vítimas de Deise. De acordo com informações da RBS TV, as suspeitas recaem sobre o marido de Deise e o filho do casal. O Instituto Geral de Perícias (IGP) deve realizar testes nas próximas semanas para confirmar ou descartar essas hipóteses.

Em declarações ao GZH, o presidente da Sociedade Brasileira de Toxicologia, Rafael Lanaro, explicou que a ingestão de arsênio em pequenas quantidades não causa morte imediata, mas pode levar a complicações graves, como náuseas intensas, vômitos contínuos e diarreia profusa, conhecidos sintomas de uma “toxíndrome de hiperemese”.

Além disso, o IGP segue investigando uma garrafa de água que Deise levou para a sogra, no hospital em Torres, horas antes de sua prisão. O lacre da garrafa foi rompido, o que levantou suspeitas sobre o possível envenenamento. No entanto, como a água foi descartada e a garrafa lavada, a análise dos vestígios pode ser comprometida, embora a possibilidade de identificação ainda não tenha sido descartada.

Deise é acusada de triplo homicídio duplamente qualificado e de três tentativas de homicídio duplamente qualificadas. Ela permanece presa no Presídio Estadual Feminino de Torres. Além disso, uma perícia em seu celular mostrou que, em 18 de novembro, ela pesquisou por “veneno para o coração” e “veneno para humanos” enquanto estava na casa da sogra. Ela também fez buscas repetidas relacionadas ao arsênio, o que reforça as suspeitas de envolvimento nos envenenamentos.

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