Influenciador digital é preso em Joinville em operação contra golpes nas igrejas do Brasil; entenda
Golpistas prometiam lucros de até um octilhão de reais para fiéis

Foto: Divulgação/PCDF
Nesta quinta-feira, 30, um influenciador digital foi alvo de uma operação da Polícia Civil que investiga um esquema de golpes aplicados em igrejas de todo o Brasil. O mandado de prisão contra ele foi cumprido em Joinville.
Segundo as investigações, o grupo criminoso utilizava lideranças religiosas para convencer fiéis a realizarem depósitos financeiros, com a promessa de um retorno bilionário. Os golpistas chegaram a garantir um lucro de um octilhão de reais. Esta é a terceira fase da operação “Falso Profeta”, que, em 2023, resultou na prisão de uma pastora em Jaraguá do Sul.
Nesta etapa da investigação, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em diversos estados: Santa Catarina, Goiás, Distrito Federal, Pará, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Digital influencers, líderes religiosos e advogados estão entre os alvos da operação.
Os criminosos exploravam a fé e a crença religiosa das vítimas, utilizando uma teoria conspiratória (Nesara Gesara), para convencê-las a investirem suas economias em supostos projetos humanitários ou operações financeiras fraudulentas. Os golpistas persuadiam os fiéis com discursos religiosos, afirmando que eram “escolhidos por Deus” para receber grandes bênçãos financeiras.
As investigações apontam que mais de 50 mil pessoas foram vítimas do esquema no Brasil e no exterior. Desde 2019, os criminosos movimentaram mais de R$ 160 milhões por meio de estelionato, falsificação de documentos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, crimes contra a ordem tributária e organização criminosa.
O golpe consiste em convencer vítimas, principalmente religiosas, a investir suas economias em falsas operações financeiras através de redes sociais como YouTube, Instagram e WhatsApp. Os golpistas prometiam retornos financeiros irreais, como R$ 25 que se transformariam em um octilhão de reais. A investigação revelou uma rede criminosa organizada, com cerca de 200 integrantes, incluindo líderes evangélicos que induziam fiéis a acreditar que seriam “escolhidos por Deus” para receber grandes quantias.
Foram encontradas mais de 800 contas bancárias suspeitas e cerca de 40 empresas fantasmas. Os investigados usavam contratos falsos e coletavam dados pessoais das vítimas para aplicar outros crimes. A operação envolveu 90 policiais e ainda está em andamento, com os envolvidos podendo ser acusados de estelionato, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Pastora detida em Jaraguá do Sul
Em 20 de setembro de 2023, uma pastora foi detida em Jaraguá do Sul sob suspeita de envolvimento no esquema. Inicialmente, o mandado de prisão deveria ser cumprido no Distrito Federal, mas foi alterado após a polícia descobrir que ela estava em Santa Catarina. Natural da Paraíba, ela foi localizada na casa da filha, no Centro de Jaraguá do Sul.
De acordo com a Polícia Civil, ela tinha uma relação próxima com um pastor, considerado o líder do grupo, e desempenhava um papel importante na administração do esquema. A investigação revelou que ela era responsável por coordenar os grupos sociais, recrutar vítimas e ajudar os líderes a atrair mais investimentos.