Do frescor ao financeiro: descubra se o ar-condicionado é amigo ou vilão da sua conta de luz

Sabemos que o ar-condicionado foi uma grande invenção que nos trouxe alívio em dias quentes e noites abafadas. O que muitos não sabem é que ele pode acabar se tornando tanto um amigo, como um vilão para o seu bolso. À medida que a tecnologia avança e o conforto se torna prioridade, muitos se perguntam: “Qual é o real impacto do ar-condicionado na minha conta de luz?”.

A ideia de ligar o ar-condicionado no máximo surge diante do intenso calor? Com aparelhos disponíveis por cerca de R$ 1.000, esse sonho vem se tornando cada vez mais realidade. No entanto, é importante ter em mente que esse investimento inicial representa apenas uma fração dos custos que virão.

Durante o verão intenso, em uma residência média que utiliza amplamente o ar-condicionado, e não adota medidas para redução de consumo, o impacto pode resultar em um aumento de até 50% na conta de energia elétrica. O ar-condicionado tem um consumo de energia parecido com o de um chuveiro elétrico, com a diferença de que tende a ficar ligado por muito mais tempo.

Um aparelho de ar-condicionado de 12.000 BTU geralmente consome cerca de 25 kWh/mês, ao ser utilizado apenas no período de uma hora por dia. No entanto, se mantido ligado por quatro horas diárias, esse consumo pode chegar a 100 kWh/mês, dependendo das condições do ambiente.

Para contextualizar esse número, conforme dados do Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2018 da EPE (Empresa de Pesquisa Energética, do Governo Federal), vale destacar que a média de consumo de uma residência brasileira é de 157,9 kWh/mês. Em outras palavras, um ar-condicionado que trabalha diariamente por quatro horas consome aproximadamente 63% do total mensal.

No entanto, a boa notícia é que é viável diminuir essa influência adotando alguns procedimentos.

Cuidado prolongado

A manutenção adequada do ar-condicionado é fundamental para garantir seu desempenho eficiente e prolongar sua vida útil. Por isso, separamos alguns pontos básicos extremamente importantes:

Limpeza dos filtros;
Limpeza das saídas de ar;
Inspeção dos cabos elétricos;
Nível de refrigeração;
Verificação do termostato;
Limpeza externa, e cuidado com a exposição ao sol;
Teste de funcionamento.

Rumo à economia

Além de manter toda a manutenção sempre em dia, alguns hábitos podem te ajudar a economizar durante o uso do seu aparelho. Por exemplo, evitar a troca de calor entre o espaço refrigerado pelo ar-condicionado e o ambiente externo, o que pode ser alcançado mantendo portas e janelas fechadas.

Desligar o ar-condicionado após atingir a temperatura desejada não é uma medida recomendada, sabendo que o aparelho realiza dois esforços: reduzir a temperatura do ambiente e mantê-la baixa. Se o período sem a necessidade do ar-condicionado for prolongado, como durante a noite, desligá-lo pode ser uma opção. No entanto, para intervalos curtos, como uma hora, é melhor mantê-lo ligado.

Outra estratégia é evitar programar o aparelho para temperaturas muito baixas, uma medida que impacta significativamente a redução do consumo de energia.

A escolha ideal

A escolha do aparelho correto, também é muito importante. Uma tecnologia que reduz o consumo é conhecida como “inverter”, que ajusta a velocidade do compressor de acordo com a temperatura do ambiente. Embora os equipamentos com essa tecnologia possuam um custo inicial mais elevado, a economia de energia pode alcançar até 40%.

Algumas pessoas optam por bloquear a corrente de ar frio do ar-condicionado, colocando panos ou toalhas na frente do aparelho. No entanto, essa prática não é recomendada, pois além de comprometer o funcionamento eficiente do aparelho e prejudicar a climatização do ambiente, pode levar a danos no próprio ar-condicionado.

Independentemente das ações do usuário, alguns fatores que influenciam o consumo de energia estão fora do nosso controle. Um desses fatores é o ambiente no qual o ar-condicionado opera. Quanto mais elevadas forem a temperatura e a umidade, maior será o consumo de energia do aparelho.