Geral
Diário de viagem à Alemanha vira obra
Com o título de “A lazer ou a trabalho?”, autora catarinense transforma experiências pessoais em livro
5 de março de 2015
Quando, em 2005, Elisangela Leitzke saiu de Santa Catarina e foi se aventurar pelos desconhecidos territórios germânicos por meio de um programa de intercambio chamado Au Pair, seus amigos e familiares quiseram ter notícias. O meio de comunicação que a viajante tinha era a internet e foi por lá que começou a contar suas alegrias e dessabores aos que estavam do outro lado do Oceano Atlântico. Começou trocando uma, duas, três, vinte mensagens, até o ponto de ter tanta história para contar, que precisou mandar e-mails coletivos. “Virei jornalista”, brinca.
Elisangela foi tomando cada vez mais gosto pela coisa e decidiu tornar os e-mails em um diário. Com o tempo as histórias foram ganhando cada vez mais corpo e a brincadeira se tornou séria. Tanto que viraram livro a ser lançado na próxima quinta-feira, 5 de março, na Blulivros no Shopping Park Europeu.
Com tiragem inicial de mil exemplares, a obra intitulada “A lazer ou a trabalho?” conta os relatos de Elisangela sobre como é viver em outro país. Nela a autora compartilha os bons e maus bocados que vivenciou, desde o encantamento inicial ao se ver tão longe de casa descobrindo uma nova cultura, aos percalços que a experiência trouxe.
Formada em Turismo e Lazer pela FURB de Blumenau, Elisangela foi para a Alemanha aprender o idioma. Em nove meses já era fluente e fez prova de proficiência necessária para ingressar na universidade. Prestou uma espécie de vestibular para o curso de História Moderna e Contemporânea e fez Magister em História Moderna e Contemporânea e Antropologia Cultural.
Atualmente vive e trabalha em uma escola de idiomas, lecionando inclusive aulas de alemão para estrangeiros. Recentemente publicou sua dissertação no idioma, que em português pode ser traduzida como “A Imigração Alemã para o Brasil nos séculos XIX e XX. A Vida dos Imigrantes e de seus Descendentes no Sul do Brasil: Pastor Faulhaber como Exemplo de um Caminho”.
A autora define sua obra como um mix entre diário de bordo e guia com dicas valiosas para quem também tem o desejo de abandonar a rotina e cair na estrada. “Eu quis compartilhar todo o encantamento dos primeiros tempos e todos os momentos nem tão interessantes, incluindo os problemas do dia a dia no trabalho. Um trabalho para o qual não somos preparados especificamente, mas que ainda assim nos dá a chance de conhecer outra cultura e passar um tempo longe de casa, como au-pair. O que també serve para amadurecer. Viver um sonho e planejá-lo para que se torne possível. Eu quis mostrar tanto o lado divertido, quanto o lado sério. No final do livro há dicas de viagem e os depoimentos de amigas que também foram au-pairs. Além disso, falo muito sobre a história dos lugares que visitei na Europa. Eu queria escrever para mim mesma, para lembrar dos detalhes e dos sentimentos no momento em que aconteceram e não distorcidos pelo tempo e pela vivência com o passar dos anos. Reler agora me faz lembrar detalhes que até eu já esqueci, não o momento em si, mas a intensidade como aconteceu. Em resumo um livro sobre Alemanha, viagens, Au Pair, expectativas e decepções que na verdade servem como pano de fundo para dizer que sonhar vale a pena”.