Culturas que se cruzam
Viajar significa conhecer novos lugares e colher novos aprendizados. É por isso que muitas pessoas optam pelo
intercâmbio. Pomerode recebe todos os anos, vários intercambistas, vindos de diversas partes do mundo. Um deles, que
está atualmente na cidade, é Erling Hogi M’Asson, que veio da Islândia passar alguns meses em Pomerode.
Viajar significa conhecer novos lugares e colher novos aprendizados. É por isso que muitas pessoas optam pelo intercâmbio. Pomerode recebe todos os anos, vários intercambistas, vindos de diversas partes do mundo. Um deles, que está atualmente na cidade, é Erling Hogi M’Asson, que veio da Islândia passar alguns meses em Pomerode. O jovem conta que como estava com quase 18 anos quando decidiu fazer o intercâmbio, podia escolher somente entre dois países: Brasil e Peru. Ele está hospedado na casa de uma família pomerodense e estuda no Colégio Doutor Blumenau.
Alguns costumes brasileiros logo chamaram a atenção de Erling quando desembarcou no país. “Aqui o povo é muito acolhedor, e principalmente, muito interativo. Há muito contato nas conversas, abraços, toques, isso não é comum no meu país. As pessoas fazem amizade com muita facilidade, e eu gostei disso”. Mas não é só no comportamento que Erling notou diferenças. “As refeições aqui tem muita carne. Na Islândia não é assim. Mas eu gosto disso, gosto de carne”. O clima também é um fator muito diferente. “Na Islândia é muito frio. Aqui não, às vezes é muito quente, ameno, frio, fora que tem variações durante o próprio dia”.
Quanto a escola, Erling diz que ficou fascinado com a maneira que é vista a educação no Brasil. “Aqui é interessante que todo mundo tem essa visão que ‘a escola é lugar para estudar. No meu país, a escola é mais livre, não é tao rigoroso. Mas tenho que admitir que eu acho o sistema educacional melhor na Islândia. Aqui, as escolas preparam o aluno para o vestibular, lá eles têm um foco maior na sociedade. Além disso, os horários são diferentes, lá nós podemos escolher que disciplinas queremos fazer e a partir delas, temos um leque de atividades. Mas ambos têm bons professores e educação de qualidade”.
Quando ficou sabendo que viria para Pomerode, Erling foi correndo para o buscador Google pesquisar sobre a cidade e região. Chegou até a tentar estudar português, mas… “É muito difícil aprender a língua portuguesa. Porque é diferente você ler e falar. As pessoas falam muito diferentes umas da outras. Alguns falam devagar, outros mais rápido. Então, depende”.
Quem realiza intercâmbio pela AFS ganha a possibilidade de fazer mini intercâmbios dentro do próprio país. Erling decidiu que quer conhecer as grandes cidades brasileiras. “Quero ir para o Rio, para São Paulo, para essas grandes cidades. Quero ver se o que mostram sobre elas é verdade, se há realmente desigualdade, corrupção, essas coisas”. Em maio, o jovem vai até a Amazonia em uma viagem oferecida pela AFS.
Na Islândia, Erling trabalhava em uma peixaria. Ele explica que no seu país é muito comum jovens de 16 anos buscarem emprego. “Todo mundo tenta trabalhar quando faz 16 anos. É muito comum. A principal atividade do meu país é a pesca, então tem muitas pessoas que trabalham com isso. E lá, para se conseguir um bom emprego, não é importante com o que você trabalhou, mas sim a experiência que você tem. Quanto mais áreas de atuação, melhor”.
A decisão de Erling em fazer intercâmbio veio cedo, aos seis anos. “Minha irmã mais velha fez intercâmbio e eu sempre ouvia ela falar sobre isso. Então decidi que queria fazer também. Comecei a pensar no custo e aos 12 anos, abri uma conta. Então, meus pais, ao invés de me darem mesada, depositavam dinheiro na minha conta. Paguei uma parte da viagem, e meus pais outra. Aqui, uso o dinheiro que eu juntei durante os anos”.
SOBRE O AFS – Presente no Brasil desde 1956, o AFS Intercultura Brasil é uma instituição educacional, não-governamental, sem fins lucrativos, que conta com mais de 1.000 voluntários ativos em todo o país.
Os programas oferecidos pelo AFS dão a oportunidade de seus participantes desenvolverem sensibilidade a outras culturas e a habilidade de se sentir confortável em ambientes não familiares. Eles aprendem a respeitar culturas diferentes e a criar soluções inovadoras e criativas para as dificuldades que estas diferenças apresentam. Aprendem também a questionar o que lhes é ou não familiar e entender como ser um agente de mudanças sem perder seu senso de integridade.