Conquista conjunta e laços de amizade para a vida
Grupo de amigos relembra projeto vencedor do Prêmio Recriar e revive memórias da amizade de infância

Foto: Isadora Brehmer / JP
Uma amizade que se transformou em um projeto premiado, e que hoje se mantém firme, mesmo após mais de 20 anos depois. Charles Perini, Danilo Nardelli, Flavio Zinke e Gian Ariel Bonatti, eram colegas na escola desde a pré-escola. Depois, nos primeiros anos do Ensino Fundamental, Edson Fernando Michels também passou a estudar no mesmo local, a antiga Escola Municipal de Pomerode Fundos (hoje Escola Vidal Ferreira), e também fez parte do grupo de amigos.
No ano de 2001 eles desenvolveram, juntos, um projeto que foi vencedor do antigo Prêmio Recriar, no 1º Salão de Criatividade no Lazer. O grupo de amigos desenvolveu um motor elétrico, movido através de um campo eletromagnético gerado por eletroímãs em conjunto com uma bateria ou pilha. Para isso, foram usados apenas materiais recicláveis.
Segundo o grupo de amigos, conquistar o troféu foi uma surpresa, já que nenhum deles havia ganhado um prêmio como este antes, e também não se recordam de terem visto alguém na escola vencendo algo assim.
“Lembro que o evento recriar estava repleto de trabalhos incríveis e muitas pessoas visitando e prestigiando, fomos avaliados durante o evento e no fim do dia recebemos o primeiro prêmio, ficamos muito felizes e orgulhosos’’, revela Danilo Nardelli.
“Para nós foi um desafio montar esse projeto, pois era uma novidade para todos”, afirma Flavio.
“Foi um desafio conseguirmos construir e fazer o motor funcionar, pois nossa pesquisa era unicamente com livros da biblioteca e por meio da ajuda do nosso professor orientador, já que não havia acesso à internet naquela época, embora já houvesse os computadores”, complementa Charles.
O grupo também comenta que o projeto foi desenvolvido durante cerca de um ano, sendo apresentado na Feira de Ciências e aperfeiçoado a cada evento, acrescentando melhorias e aumentando o conhecimento de cada um dos integrantes dele.

Da esquerda para a direita, Charles, Danilo, Gian, Flávio e Edson. (Foto: Arquivo pessoal)
“Montar esse projeto na época deu bastante trabalho. Precisamos pesquisar e estudar muito na biblioteca da escola para encontrar a parte teórica necessária para colocar em literalmente em prática. Mas também nos proporcionou muitas risadas e momentos de descontração”, afirma Edson Fernando Michels.
“O prazo também foi um desafio, pois tínhamos uma data para a entrega dele e precisava estar pronto para ser apresentado. Lembro que foi uma surpresa vencer o prêmio, pois foi o primeiro que cada um de nós ganhou, e foi muito legal porque todos se esforçaram nele”, complementa Gian.
Para Danilo, um dos desafios no desenvolvimento do projeto foi unir a teoria à prática. “Fomos fazendo vários ajustes no motor até obter o funcionamento dele com eficiência. O trabalho em equipe foi o que nos ajudou a superar essa dificuldade”.
Do grupo que trabalhou no projeto vencedor do Prêmio Recriar, quatro integrantes seguiram em carreiras profissionais ligadas à área de pesquisa do projeto. O conhecimento adquirido fez nascer o interesse por áreas ligadas à eletricidade, ao funcionamento de motores e à tecnologia, de certa forma.
“Com certeza auxiliou na escolha da profissão. Pois esse projeto abriu nossa mente no intuito de buscar interesse em inovações tecnológicas para facilitar e aprimorar a vida humana. E também me incentivou a escolher a minha graduação que já concluí, e hoje sou formado em Engenharia Elétrica”, comenta Edson.

Foto: Isadora Brehmer / JP
Gian também seguiu carreira na área e garante que o projeto premiado no Recriar teve papel fundamental nisso. “Eu acho que o projeto ajudou nas minhas escolhas para o futuro, pois desde aquela época eu sabia que queria trabalhar neste segmento de motores, com o que fosse desafiador como foi nosso projeto. Inclusive, sempre quis trabalhar como eletricista e comecei como eletricista industrial. Hoje atuou com a parte elétrica automotiva.
Ainda sobre a importância da realização deste projeto e também do Prêmio Recriar, os integrantes do grupo vencedor em 2001 afirmam que a iniciativa deveria retornar, por ser uma oportunidade de adquirir conhecimento.
“Depois desta premiação, não ouvi mais falar do projeto. Não sei se existe mais, mas se não, acho que seria interessante voltar, pois nossas crianças são muito criativas, e como foi o caso do nosso grupo, ajudou a direcionar para a área de trabalho, no futuro”, afirma Charles.
“Acredito que deveria voltar sim, para que os estudantes possam colocar em prática o que aprendem na teoria. Isso pode auxiliar os jovens numa escolha de caminho que podem traçar no futuro, baseado no mercado de trabalho”, completa Edson.
Ainda, cada um dos integrantes do grupo e amigos até os dias atuais revelam o quão gratificante foi relembrar esta conquista e também reavivar os laços de amizade entre eles, que existem desde a infância.
“Adorei rever meus amigos, trocamos ideias e experiências, risadas. Muito bom saber que todos estão bem e felizes. Conversamos sobre nossas vidas, pessoal e profissional, vimos e percebemos nossa evolução após o projeto. Gostei de fazer está entrevista, fiquei feliz em rever meus amigos”, declara Danilo.
Para Edson, a amizade da escola se fortaleceu com o projeto e, hoje, com a chance de reencontrar os amigos. “Na verdade, tínhamos pouco contato, pois chega um certo período da vida que cada um segue seu caminho, e com o passar do tempo parece que a vida se torna cada vez mais corrida, ou seja, o tempo cada vez mais curto. Mas foi bom poder relembrar esse momento que tivemos, tanto os momentos de estudo e descontração, como a amizade que construímos na época de escola”.
“Com o projeto estreitamos ainda mais esta amizade e os dias em que fazíamos o projeto eram muito divertidos. Até tínhamos o contato agora, nesta idade, mas não era tão direto. Agora conseguimos reunir este grupo novamente e tenho certeza que continuaremos mantendo contato e trocando histórias com mais frequência”, completa Charles.
“É muito gratificante continuar tendo esta amizade, pois estivemos juntos na infância e passávamos muito tempo brincando, na casa um dos outros. Relembrar estes momentos foi muito bom e fico muito feliz em reviver estes momentos”, finaliza Gian.