Cine Mock: o antigo lazer da comunidade pomerodense
Extinto cinema, que existia no centro da cidade, reuniu a comunidade de Pomerode em diversas ocasiões
Foto: Nilton Volkmann
Você sabia que Pomerode já teve um cinema? Sim, o município já teve um cinema, o Cine Mock, bem no centro da cidade, onde hoje é a Rua Paulo Zimmermann. Antigamente, o local era um ponto de encontro da comunidade e uma das opções de lazer disponíveis.
Quem aproveitou muito o cinema, na juventude, foi a aposentada Rosita Jung. Ela se recorda de frequentar várias vezes o local, já que o escritório do pai, Mario Jung, ficava bem ao lado do cinema.
“Eu me lembro que eu tinha cerca de seis anos e minha irmã tinha oito, quando fomos ao cinema, porque era novidade, na época. Nós fomos assistir ao filme ‘Marcelino Pão e Vinho’, que era mais infantil, sobre um menino que foi criado por padres, em um convento, e um dia foi picado por um escorpião. Lembro disso como se fosse ontem”, recorda Rosita.
A aposentada também comenta que entrar no cinema gerava um impacto em quem o frequentava. Ela conta que, assim que a pessoa entrava no cinema, chegava ao corredor e, nas laterais, fileiras de quatro cadeiras.
Pelo fato de o pai ter um escritório ao lado do Cine Mock, Rosita acompanhava o movimento intenso no cinema, quando chegava um filme novo, e também ia com frequência ao local.
“Quando eu tinha cerca de 15, 16 anos, meu pai conseguiu ser o primeiro revendedor do sorvete Kibom aqui e Pomerode. Era uma novidade na praça e tínhamos a venda bem em frente ao Cine Mock. Então, quando chegava sábado e domingo, eu podia assistir a todos os filmes, mas quando a exibição estava acabando, eu ia para frente, do lado de fora abrir a sorveteria, porque neste momento as pessoas saíam do cinema e iam lá tomar um sorvete conosco”, revela.
Rosita também relembra que era comum as pessoas deixarem as suas bicicletas, principal meio de transporte da época, em frente ao cinema, pois não havia tanta preocupação com roubos e muitas bicicletas ficavam também no antigo Chapéu Farinhas.
“Me lembro de sempre ver quando estacionava um carrinho cinza em frente ao cinema e já saber que havia um novo filme. Também lembro de observar sempre os cartazes dos filmes, ver quem eram os galãs e as musas. Sempre que havia um filme novo, nós tentávamos ir assistir, exceto quando havia a classificação de proibido para menores. Isso era bem regulado e nós obedecíamos a estas regras”, afirma.
O cinema, para Rosita, também era um dos passatempos do grupo de amigos do qual ela fazia parte. Ela recorda que o grupo de amigos costumava se encontrar próximo ao Chapéu Farinhas ou mesmo no escritório do pai, e decidia qual seria a programação do dia, quando tinham tempo livre. Uma das opções era o Cine Mock, dependendo do filme que estava em cartaz.
“A gente sempre se reunia, fazia piqueniques também, fazíamos passeios de bicicleta pela cidade. E sábado era o dia do cinema em que praticamente todos iam. Algumas vezes íamos no domingo, também, ou na quinta-feira à noite, embora nem todos pudessem ir nestes dias. Eu não ia às quintas-feiras, porque ainda estudava à noite. Mas era sempre divertido. Lembro com muito carinho da época do cinema, mas não sei ao certo quando ele deixou de existir, pois estudei fora de Pomerode por um período. Depois de um tempo surgiram cinemas em outras cidades e passamos a frequentá-los, mas o tempo do Cine Mock foi muito bom”, finaliza Rosita.