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A arte expressada no próprio corpo

Pomerodense apaixonada por tatuagens, participa de concurso de beleza, na cidade de Criciúma

26 de março de 2022

Foto: Divulgação

Desde que o mundo é mundo, a humanidade se expressou através de desenhos, até mesmo, na pele dos homens. Os registros históricos afirmam que as primeiras tatuagens foram realizadas em entre 4.000 e 2.000 a.C, e encontradas originalmente nos corpos de nativos de países como Egito, Indonésia, Nova Zelândia, Filipinas e Polinésia. Ou seja, é algo muito mais antigo do que muitos poderiam pensar.

Por isso, nos dias atuais, não é difícil encontrar alguém que não tenha, pelo menos, uma tatuagem. É o caso da Gerente de Mercearia Daiane Kamke Stacheski, de 32 anos, que, desde os 17, começou a se apaixonar por este tipo de arte no corpo.

“Já naquela época, comecei a salvar algumas ideias, mas no começo eu pensava: vou fazer só uma ou duas, bem pequenas. Aos 22, já colecionava várias ideias, não era uma, nem duas e, também, não eram só desenhos pequenos. Foi aí que comecei a tirar os projetos do papel e me apaixonar cada vez mais por esta arte”.

A admiração foi aumentando tanto que, entre os dias 11 e 13 de março, ela participou do concurso Garota Criciúma Tattoo, que fez parte do 1º Criciúma Tattoo Festival, no sul do Estado, evento que reuniu os melhores artistas do Brasil e países vizinhos.

“Em 2019, prestigiei, pela primeira vez, uma convenção de tatuagens. E quando vi as musas, meu olho brilhou. Mulheres reais, com muito estilo e atitude, donas de si, sem padrões, apenas a paixão pela arte e missão de acabar com o preconceito. Foi tudo isso que me motivou a participar de um concurso de mulheres tatuadas, a fim de mostrar que lugar de mulher é onde ela quiser estar. Quando o concurso abriu um processo seletivo eu me inscrevi e fiquei entre as 10 finalistas, que subiram no palco”, descreve.

Para ela, o momento foi um misto de ansiedade, felicidade e orgulho de fazer algo diferente do habitual. “Subir no palco e ver o público me acolher, me aplaudir e interagir comigo, foi fantástico. Não trouxe nenhum título, mas a incrível experiência me motivou a querer repetir a dose, em breve. Quero aproveitar e parabenizar as vencedoras, que brilharam muito naquela noite e agradecer a Comissão organizadora do Musa Brasil Tattoo que organizou esse concurso e nos proporcionou essa experiência”.

 

Foto: Divulgação

 

A pomerodense tem apreços por diversos estilos de tattoo, entre eles, preto e cinza, realismo, ornamental, black work e fine line. No entanto, Daiane relata que, mesmo nos dias atuais, ainda sofre algum tipo de preconceito.

“No meu dia a dia, vejo alguns olhares tortos, ouço comentários maldosos, mas a vida me ensinou que a opinião dos outros é somente a opinião dos outros. Eu lutei e sofri muito para me tornar o que sou. E posso afirmar que sinto muito orgulho da mulher que me tornei, eu me amo do jeito que sou e sou feliz assim. Ponto. Isso me basta! Eu sei que posso ser tatuada e ser inteligente, uma excelente profissional e uma baita ‘mãezona’; gostar de sertanejo, de rosa pink, brilho e ter atitude; ser sensível, cristã, ter um bom coração e praticar boas ações Eu sei que posso ser tatuada e receber olhares tortos. E quer saber? Tudo bem… O que importa mesmo é tudo que eu sei a meu respeito”, diz, com autoridade.

 

Foto: Divulgação

 

Para ela, seu corpo é seu livro, onde, aos poucos, vai escrevendo seus capítulos. “As minhas tatuagens me definem, são os meus sentimentos, as minhas memórias. Portanto, seja o que for nessa vida, se te faz feliz, simplesmente faça, não se importe com a opinião alheia. Quando fiz as primeiras tatuagens, ouvi que não conseguiria emprego. Mas, hoje, consigo provar que as tatuagens nunca me limitaram. Estudei muito, fiz duas graduações, pós-graduação, MBA e continuo estudando. Consegui uma oportunidade em uma grande empresa e a tatuagem, em nenhum momento, foi um fator negativo. Eu sei que ser tatuada nunca me limitou, muito pelo contrário, me empoderou, me deu força e coragem”, finaliza.

 

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