Cultura

47 anos de preservação das músicas alemãs, com união pelo amor à música

Banda Verde Vale foi fundada em 1977 e segue mantendo as tradições das músicas em alemão, em diversos eventos

23 de novembro de 2024

Foto: Divulgação / Banda Verde Vale

Para quem frequenta a Festa Pomerana ou outros eventos típicos em Pomerode e na região, certamente já viu ou escutou a Banda Verde Vale, um dos tradicionais conjuntos musicais do nosso município.

A Banda foi fundada oficialmente em 16 de agosto de 1977, unindo músicos que antes faziam parte de outros conjuntos, sendo eles: Vigando Porath (Sax Alto e vocal), Hélio Porath (Sax Tenor e vocal), Ademir Starke (Trombone), Élio Rauh (Contra Baixo), Frank Karl Isberner (Guitarra), Valmor Jandre (Bateria), Alvin Porath (Bandoneon), Maestro Wolfgang Marcus Krueger (Pistão, vocal e Diretor).

Um dos fundadores que segue até hoje na Banda Verde Vale é Ademir Starke. Ele conta que a formação inicial do conjunto era composta por integrantes de outras três bandas que existiam em Pomerode.

“No dia 16 de agosto de 1977 foi nosso primeiro ensaio e, em dezembro, fomos para o programa Salve a Banda, na TV Coligadas, do qual participamos. À noite, tocamos em nosso primeiro baile, em uma sociedade de Testo Alto”, comenta o trombonista.

A partir de então a Banda começou a ganhar notoriedade e a ser contratada para diversos eventos, principalmente bailes em sociedades, não só em Pomerode e na região, como no restante do estado, em outras federações brasileiras e até no exterior. Segundo Starke, a Banda Verde Vale já se apresentou na Bahia, no Paraná, em Brasília, no Mato Grosso, no Rio Grande do Sul, em São Paulo, e outros países da América do Sul, como Argentina, Paraguai, Chile.

Após alguns anos, quando foram criadas a Festa Pomerana e a Oktoberfest, a Banda Verde Vale passou a participar destes eventos típicos e segundo Starke, da Maior Festa Alemã das Américas o conjunto participou de praticamente todos.

A Banda Verde Vale possui, ainda, quatro LP’s gravados, sendo o primeiro deles feito em 1979, e gravado em São Paulo.

 

“Quando o primeiro disco da Banda Verde Vale foi lançado, foi na mesma época do lançamento do último LP da banda Lyra, e já era possível perceber grandes diferenças, pois a Verde Vale tinha já o Baixo Eletrônico, que, embora a Lyra já tivesse, a forma de executar as músicas era diferente. Quando chegamos em São Paulo para gravar o primeiro disco, fomos ao hotel e precisamos dizer à equipe como eram escritos os nossos nomes, de origem alemã e isso foi um momento muito engraçado”, relembra Starke.

Hoje, a Banda Verde Vale é composta por oito integrantes, sendo eles Ademir Starke (Trombone), Guilherme Falk (Bateria), Teofanes Gaedke (Guitarra e Vocal), Samantha Gaedke (Sax tenor e vocal), Edemar Laube (Guitarra, teclado e vocal), Carlos Hornburg (Trompete), Vendelino Konell (Trompete) e Romeu Borchardt (Baixo elétrico e vocal).

O guitarrista e vocal Teofanes Gaedke, integrante da Banda desde 2012, afirma que ele a filha, Samantha seguem uma “tradição familiar” de envolvimento com a música. “Na Banda Verde Vale conseguimos fazer música por hobby, porque gostamos e assim seguimos algo que é enraizado na família”, afirma.

Teofanes explica, ainda, que a Banda é focada em participar de desfiles e festas tradicionais, apenas com músicas alemãs, para manter a tradição. “Eu carrego um lema sempre comigo: somos descendentes de alemães e por isso precisamos manter a nossa cultura e eu sempre falo que feliz é o povo que sabe perpetuar as tradições de seus antepassados, e é o que fazemos. A música foi trazida pelos nossos antepassados e é algo que nós precisamos manter.

Foto: Isadora Brehmer / JP

 

Nosso objetivo é tocar em eventos específicos onde a cultura alemã é o principal atrativo. É um prazer muito grande fazer parte deste grupo e estar no palco, enxergando as milhares de pessoas curtindo a sua música”, pondera o guitarrista.

Para o fundador Ademir Starke, a continuidade no grupo é forma de continuar tendo alegria em seu dia a dia.

“Começamos na música desde crianças e, estando neste meio, é difícil deixar a música e o grupo para trás, além de ser uma forma de lazer para sair um pouco de casa também e nos divertirmos”, declara o trombonista. Para os demais integrantes da Banda Verde Vale, manter o grupo ativo e continuar praticando música tradicional é uma fonte de alegria por continuarem fazendo algo que amam. “O mais importante é estar junto com os amigos, fazendo algo que gostamos. Sentimos prazer de estar com nosso grupo de amigos, tendo a oportunidade de conhecer vários lugares. Todos estamos aqui pelo prazer de estar com este grupo de amigos. E temos a consciência de que temos a diversão nos eventos que vamos, mas também a responsabilidade dos horários e compromissos que assumimos”, finalizam.

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